Esta semana saiu na imprensa local o ranking do trabalho infantil no
Brasil. Entre 2009 e 2010, o Ceará caiu do 4º para o 15º lugar na
pesquisa. Esses dados foram levantados pelo Ministério Público do
Trabalho (MPT), de acordo com os resultados do último censo, realizado
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou
um total de 38.691 crianças e jovens até os 13 anos de idade em
condições de trabalho infantil, no estado. No Brasil, o número é de
709.989 crianças.
Antônio de Oliveira Lima, procurador do trabalho, afirmou que o Ceará
subiu 11 posições devido a um conjunto de ações postas em prática pelo
MPT e pelas instituições que compõem o Fórum de Erradicação do Trabalho
Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente (FEETI).
Anualmente são
feitas campanhas na época do dia 12 de junho, o Dia Nacional de Combate
ao Trabalho Infantil, além do trabalho realizado em 130 municípios
cearenses, pelos educadores do Programa de Educação contra a Exploração
do Trabalho da Criança e do Adolescente (PETECA).
O fato das famílias
inscritas no Bolsa Família receberem o benefício apenas se as crianças
estiverem frequentando a escola, também foi um fator que colaborou com
os resultados, segundo Oliveira Lima.
Devemos comemorar a conquista, no entanto, não podemos nos acomodar e
esquecer que ainda há muito a fazer. O Brasil firmou um compromisso com
a Organização Internacional do Trabalho que tentará erradicar as piores
formas de trabalho infantil até 2016.
E agora, após todas essas informações, fica a pergunta: o que nós,
que trabalhamos com o brincar, podemos fazer para contribuir com a
diminuição do número de crianças cearenses que hoje são forçadas a
trabalhar? Criança nasceu para brincar, ser livre, correr, pular, rir
muito, e se desenvolver de forma plena e integral. Tirá-la desse
universo e expô-la a atividades perigosas, penosas e insalubres é uma
agressão ao seu ser e aos seus direitos.
Os educadores sociais brinquedistas podem levar o tema da exploração
do trabalho infantil para ser discutido dentro das escolas que visitam;
ou entre as famílias que acompanham os filhos nas brincadeiras.
Ele pode
virar tema de peça teatral, de esquete, de uma atividade de pintura, de
leitura ou de desenho. Assim, as crianças e adolescentes tem chance de
também expor o que pensam, de uma forma mais leve e apropriada. Uma
coisa é fato; quanto mais se falar, refletir, discutir, chamar atenção
para o assunto, com certeza estaremos contribuindo para que nas próximas
pesquisas, coloquemos o Ceará não no 15º, mas no último lugar deste
ranking.
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